A Artrite Reativa é um quadro de inflamação das articulações que possui uma origem presumivelmente conhecida.
Normalmente ela se instala após a ocorrência de um quadro infeccioso de maneira geral, mais classicamente infecção intestinal ou urinária. Este é um quadro que merece cuidados porque assim como pode desaparecer em alguns meses, pode persistir por anos.
O que é a Artrite Reativa?
Como podemos inferir pelo nome, é um tipo de artrite que acomete pessoas em uma situação particular, como resultado secundário de uma condição inicial. É comum que o gatilho para o desenvolvimento da artrite reativa seja uma infecção intestinal ou urinária em pessoas com alguma predisposição genética.
A apresentação clínica típica da doença acomete uma ou poucas articulações, normalmente da cintura para baixo e a artrite pode cursar por um período curto de semanas a alguns meses, mas para quase metade dos pacientes, o quadro se cronifica, persistindo por meses ou anos, podendo evoluir para danos articulares graves, por isso o acompanhamento médico é crucial.
Quais as causas da artrite reativa?
Esta é uma doença que costuma afetar mais homens do que mulheres e para a qual existe uma causa definida. Seu início está associado ao processo inflamatório decorrente de uma infecção intestinal ou urinária, sendo que o microrganismo que mais fortemente se associa é a Chlamydia trachomatis, uma bactéria transmitida de pessoa a pessoa através de contato sexual.
Apesar de a clamídia ser o microrganismo mais associado, outros também podem desencadear a doença como a Salmonela, Shigella, Campilobacter, HIV, Treponema pallidum (sífilis) e Clostridium difficile (raro no Brasil).
Assim como acontece com a espondilite anquilosante , existe um fator genético de susceptibilidade, o gene HLA-B27. Sabemos que se testarmos os pacientes com artrite reativa para este gene, ele estará presente em 50-80%, mas este gene não explica sozinho a maior sensibilidade destas pessoas uma vez que nem todas as pessoas que possuem o gene apresentam a doença, bem como há pacientes com a doença que não apresentam o gene.
Quais os sintomas da artrite reativa?
O sinal mais evidente de artrite reativa é o aparecimento de sinais típicos de artrite dias ou semanas após um quadro infeccioso, especialmente intestinal ou genital/urinário.
O quadro clássico afeta articulações dos membros inferiores, joelhos, tornozelos e pés, mas não é incomum que mãos e coluna sejam afetados, enquanto que o envolvimento de punhos, cotovelos e quadris são raros.
Inflamação em tendões podem estar presentes, quase sempre com dor no ponto de contato dos tendões com os ossos (entesite). Queixa comum entre os pacientes é dor no calcanhar e na planta dos pés (fasciite plantar – “esporão”).
Outro sinal frequentemente observado é uma inflamação nas falanges dos dedos ou nos dedos inteiros, com inchaço, temperatura aumentada, vermelhidão e dor. Este quadro se chama dactilite, mas é muito comum ser relatado como “dedo em salsicha”.
Outras manifestações possíveis incluem sintomas oftalmológicos como conjuntivite ou uveíte, sintomas dermatológicos como lesões na mucosa da boca e na pele e mais raramente, complicações cardíacas.
E como é feito o diagnóstico da artrite reativa?
O diagnóstico da artrite reativa se baseia nos sintomas relatados pelo paciente em consulta, mas o mais importante é o relato da história do paciente, porque este diagnóstico depende da ocorrência anterior de um quadro infeccioso.
Também é realizado o exame físico do paciente na busca dos sinais articulares e extra-articulares que possam auxiliar o diagnóstico. Por isso não estranhe se você estiver com dor e rigidez no tornozelo e o médico quiser examinar sua pele, seus olhos e o interior de sua boca.
Exames genéticos podem ser úteis, então pode ser solicitado o exame para detecção do gene HLA-B27 e de material genético de alguns tipos de microrganismos no líquido das articulações afetadas.
E para a avaliação mais detalhada das articulações, podem ser utilizados exames de imagem como raios-x e ressonância magnética.
Como é o tratamento da artrite reativa?
O tratamento mais adequado da artrite reativa deve incluir o tratamento da infecção primária quando esta ainda estiver ativa, especialmente em casos de infecção por Clamídia. Este tratamento pode se estender por alguns meses. Há relatos de melhora nos sintomas articulares que podem justificar sua utilização.
No que diz respeito aos sintomas articulares agudos, o tratamento inicial costuma ser feito com analgésicos e anti-inflamatórios não esteroidais por pelo menos duas semanas, mas quando a resposta a este tratamento não é satisfatória, podem ser utilizados corticoides orais ou intra-articulares, no entanto esta estratégia precisa ser muito bem avaliada quanto a riscos e benefícios.
Nos casos em que a artrite se cronifica, a estratégia terapêutica pode incluir outra categoria de medicamentos, as drogas antirreumáticas modificadoras da doença, entre as quais as mais comuns na artrite reativa são a sulfasalazina e o matotrexato.
A artrite reativa tem cura?
Sempre que falamos em cura, entramos em um terreno delicado. Como este tipo de artrite é consequência de um quadro infeccioso primário, pode ocorrer de ela se resolver entre seis meses e um ano, mas voltar a aparecer em uma segunda infecção.
Dentre os diferentes tipos de artrite, este talvez seja o que tem o melhor prognóstico, com a maioria dos pacientes ficando livre da artrite após o tratamento apropriado, no entanto, há uma parcela dos pacientes que pode evoluir para artrite crônica, necessitando de tratamento de longo prazo.
Por isso, se você está com histórico e sintomas que indicam a possibilidade de artrite reativa, não hesite em buscar ajuda.
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