Provavelmente você já ouviu falar de psoríase como uma doença dermatológica, mas você sabia que uma das principais condições associada nestes pacientes é um tipo de artrite?
É a chamada artrite psoriásica. Grande parte das pessoas acreditam que a psoríase é uma doença de pele. Na verdade, a psoríase é uma doença que também acomete a pele. Articulações (juntas), tendões, olhos e intestino estão entre os órgãos que podem ser acometidos.
O que é a Artrite Psoriásica?
Essa doença possui muitas facetas. Os pacientes podem identificar sinais da artrite psoriásica em pele e unhas, ligamentos e articulações.
É um tipo de artrite que acontece em concomitância com psoríase cutânea. Essa comorbidade acomete até 30% das pessoas com psoríase. Se levarmos em conta que no Brasil a psoríase atinge mais de 1% da população (dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia), estamos falando de em mais de 500.000 possíveis casos de artrite psoriásica.
Apesar de inicialmente não apresentar complicações graves, sua evolução pode acarretar limitações importantes em atividades cotidianas, com impacto na qualidade de vida do paciente, daí a necessidade de um diagnóstico precoce. Além do fato da doença estar associada ao aumento do risco do desenvolvimento de doenças cardiovasculares, tais infarto do coração, angina no peito e acidente vascular encefálico (“derrame”). Daí a importância de tratar e controlar bem a artrite.
Como sei se tenho artrite psoriásica?
Nesta, como em outras doenças crônicas, o diagnóstico precoce é fundamental para a eficiência do tratamento. Infelizmente em muitos casos não há sinais precoces, por isso precisamos conhecer para avaliar os riscos.
A artrite psoriásica é mais comum em famílias. Existe um componente genético que favorece seu aparecimento. Se você ou parentes próximos tem psoríase, seu cuidado precisa ser maior
A artrite psoriásica é uma doença diretamente ligada à psoríase. O mais comum é que pessoas com psoríase instalada desenvolvam esta artrite, mas há casos em que a psoríase é assintomática (ou sintomas leves) e a artrite é diagnosticada primeiro.
Dedos de salsicha (Dactilite). Para quem não sabe do que estamos falando, este sintoma pode parecer estranho, mas essa é uma expressão comum entre os pacientes quando relatam a aparência dos dedos, que ficam inchados e vermelhos.
Unhas rachadas e ressecadas podem ser sinal de artrite psoriásica. Alguns pacientes apresentam alteração na formação das unhas e podem aparecer vincos ou sulcos que dão o aspecto de rachaduras.
Rigidez e dor nas articulações. Há casos em que pacientes relatam dificuldade de realização de movimentos no período da manhã.
Cansaço e dores musculares. Podem aparecer quadros de dores nas costas e tendões, além de cansaço injustificado.
Lombalgia crônica inflamatória. Dor na coluna e/ou dor nas costas com mais de três meses de duração, que é pior pela manhã ao acordar e torna-se menos intensa no decorrer do dia ou apresenta alguma melhora ou alívio após movimentar o corpo.
Como é feito o diagnóstico da artrite psoriásica?
O diagnóstico desta condição é primariamente clínico, então uma consulta com um médico reumatologista é necessária. Especialmente se houver histórico familiar, observe os sinais que já falamos porque eles podem ser indicativos da necessidade de buscar o médico. Após a avaliação médica, exames complementares podem ser úteis como exames de sangue, radiografia e ultrassonografia das articulações e, até mesmo, ressonância magnética em alguns casos.
Por que tenho artrite psoriásica?
É muito difícil apontar um único fator que explique a ocorrência da doença, mas há fatores de risco que deflagram o quadro inicial.
Como já falamos, talvez a genética seja o fator que mais contribui isoladamente. Há, entretanto, fatores externos que contribuem para o aparecimento da doença, entre eles o cigarro, consumo de álcool, obesidades e infecções de repetição. Por isso, especialmente se houver parentes próximos com artrite psoriásica, atenção aos fatores de risco.
Existe mais de um tipo de artrite psoriásica?
Existem algumas formas de classificar a artrite psoriásica de acordo com as características particulares de cada paciente.
- Oligoarticular: poucas articulações afetadas, menos do que cinco. É comum que acometa articulações maiores (ombros, joelhos e tornozelos), mas não impede que afete mãos e pés.
- Poliarticular: muitas articulações afetadas. Envolve mais do que cinco articulações e costuma afetar os dedos de mãos e pés.
- Simétrica: quando os dois lados do corpo são afetados da mesma forma, por exemplo, simétrica para as mãos (ambas as mãos afetadas).
- Assimétrica: quando existem diferenças nas articulações afetadas segundo o eixo central do corpo.
- Axial: acomete a coluna.
- Distal ou preferencialmente distal: especialmente as articulações entre as falanges dos dedos são afetadas.
- Forma mutilante: é o caso mais grave, em que há a deformação dos ossos nas articulações com comprometimento permanente dos movimentos, dores e importante redução na qualidade de vida.
Qual o tratamento para a artrite psoriásica?
Esta é uma condição crônica e progressiva, cujo tratamento pode variar de acordo com as características particulares do tipo e estágio da doença, bem como com a linha terapêutica de preferência do seu médico, já que existem pelo menos dois guias terapêuticos na literatura médica.
Anti-inflamatórios costumam ser utilizados para reduzir a inflamação, contribuindo para o controle das dores articulares, no entanto, existe uma classe de drogas que não apresentam semelhanças estruturais, mas que possuem resultados semelhantes no tratamento das doenças reumáticas que é conhecida como drogas antirreumáticas modificadoras da doença. Em diferentes formatos (sintéticos ou biológicos), essas são as drogas mais frequentemente utilizadas no tratamento. Porém, podem ser utilizados também inibidores de interleucinas, inibidor de fator de necrose tumoral, inibidor da enzima fosfodiesterase e outros, como fototerapia.
Existem inúmeros ensaios clínicos sendo realizados no mundo com alternativas terapêuticas baseadas em anticorpos. Estes medicamentos ainda são muito novos, por isso é necessária cautela na decisão de utilização.
Por ser uma doença progressiva, é necessário o acompanhamento médico de longo prazo.
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